Um espetáculo de micro teatro, criado especialmente para a programação do Actual 2017 em Logroño. As cenas decorrem num local muito reduzido: os dois andares da torre do relógio de Ibercaja de Logroño, o primeiro onde se encontra a maquinaria e o segundo que contém os sinos do carrilhão; tudo isto reduzido a uma audiência de 15 pessoas.

É uma obra de “realismo mágico” onde Martín Nalda, Josué Lapeña e María Martínez Loza, dirigidos por Cipriano Lodosa, compõem uma encenação cuidadosa que começa um momento antes do toque dos quartos e termina com o toque das horas nos sinos. Roteiro escrito por Martín Nalda que interpreta o amado “Don Andrés”.

A trama é uma história de amor ficcional relacionada com a tradição relojoeira e as suas particularidades como a sua famosa melodia, onde o lugar dos sonhos e da fantasia fazem parte da realidade, enriquecendo o quotidiano e permitindo-lhe assumir um sentido de transcendência.

Desde 1948… cada hora…. o relógio de carrilhão interpreta a sua melodia: “…Os pastores partem…para Extremadura” e com essa canção conta-nos a crua história de amor que aconteceu na sua torre; reflexo de um país partido…

… “Agora, com esses sinos, imagino que Maria ainda está debaixo deles com a carta de André nas mãos, lágrimas ao vento e a sua alma e a minha num só punho. E depois compreendo esse brilho nos olhos de Don Andrés: É por isso que nunca pergunte por quem os sinos tocam: os sinos tocam por você…” Fragmento da crítica feita por Jonás Sainz, para o jornal “La Rioja”.